A criança e o desenvolvimento da linguagem
Saiba mais sobre o desenvolvimento da linguagem infantil de acordo com a metodologia Montessori
Artigo: A criança e o desenvolvimento da linguagem
Maria Montessori definiu o desenvolvimento da linguagem como um dos períodos sensíveis que a criança passa durante o primeiro plano de desenvolvimento. Ela observou que a criança desde o nascimento até os seis anos de idade adquire a língua sem nunca ter sido ensinada, devido a característica inata ou ao poder de absorver tudo de seu ambiente. Essa foi a base para sua teoria pedagógica no livro “The Absorbing Mind” ( A Mente Absorvente, em português).
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Até os seis anos, a criança recebe informações específicas do ambiente e constrói suas faculdades físicas e mentais. Podemos dizer que a elaboração da linguagem é quase um processo intuitivo. Assim a criança aprende facilmente a falar e depois a ler e escrever, seguindo os padrões do ambiente em que está inserida. À medida que as primeiras experiências das crianças com a linguagem aumentam, também aumenta seu desenvolvimento social, emocional e intelectual.
Entenda sobre as Características do primeiro Plano de Desenvolvimento: de 0 a 6 anos
A abordagem Montessori entende que ao ajudar no desenvolvimento da linguagem, também ajudamos no desenvolvimento mental da criança. Para isso, o método sugere aproveitar os períodos sensíveis para explorar o desenvolvimento pleno da linguagem dos pequenos.
Quer saber quais são estes períodos sensíveis e o que acontece em cada um deles? Veja abaixo.
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Etapas do desenvolvimento da linguagem
Ao nascer: pode perceber a linguagem, chorar e responde a um som.
2 meses: linguagem auditiva - responde à voz humana.
4 meses: linguagem visual - observa a boca da pessoa que fala.
6 meses: linguagem motora - primeira sílaba, repetida muitas e muitas vezes.
6 - 10 meses: balbucia - ainda não indica que a linguagem está sendo absorvida.
9 meses: utiliza os gestos para se comunicar
10 meses: agora é consciente de que a linguagem tem um significado. Começa a entender palavras como “não” ou seu nome. Imita sons e faz alguns gestos sociais.
12 meses: primeira palavra intencional.
15 meses: fala com predomínio de vogais e interjeições, além de pronunciar algumas palavras por imitação (coisas que repete constantemente: dá, mais, não ...) Compreende o sentido da língua que exprime.
18 meses: usa substantivos, palavras simples com significados difusos e frases formadas sem gramática.
21 meses: adora rimas, livros, canções. O número de palavras aumenta repentinamente de maneira explosiva, substantivos, preposições, verbos e adjetivos. Faz frases com poucas palavras e quer saber o nome de tudo.
2 anos: explosão da fala, quando aumenta muito, além de estar mais completa e com mais frases.
2 anos e meio: A linguagem fica completa. Expressam pensamentos de futuro. Diariamente aprendem novas palavras. Compreende tudo muito bem, ainda que cometa erros gramaticais.
*3 anos: *Fala mais de 1000 palavras das quais 80% são entendíveis. Comete poucos erros sintáticos. O domínio da gramática se aproxima da fala de um adulto.
3-4 anos: Usa a linguagem para transmitir pensamentos mais abstratos, como "Gosto", "Não gosto".
4-5 anos: Usa a linguagem para transmitir pensamentos mais abstratos enquanto brinca e também começa a usar a linguagem de maneiras mais abstratas, por isso apresenta mais interesse pelas letras e pela escrita.
5-6 anos: Questiona o significado de palavras abstratas. Entende conceitos como amanhã, semana que vem etc. Começa a se interessar e dominar estruturas gramaticais complexas.
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O papel do adulto no desenvolvimento da linguagem
Os adultos que convivem com a criança devem ter uma linguagem variada e falar com ela de forma calma e natural, sem usar diminutivos ou palavras diferentes para nomear as coisas. É importante nomear os objetos e ações que ela faz diariamente para que ela comece a absorver a linguagem e torná-la sua. É importante que a criança se sinta aceita, ouvida e sinta que o que diz é importante e interessante.
Quando o bebê começa a fazer sons, é importante responder para que ele entenda que estamos interessados no que ele está dizendo e que conversamos com ele, mas não respondemos da mesma forma que ele fala, para que ele ouça a pronúncia correta das palavras.
Ainda que seja fofo ou muito gracioso, não devemos rir de algo que a criança diz. Ao contrário disso, devemos reconhecer que ela está fazendo um grande esforço. Você não deve corrigir o que a criança diz, apenas repetir corretamente. Não faça com que as crianças repitam as palavras corretamente, pois a repetição é espontânea e a criança fará espontaneamente.
Fale de frente para que a criança possa ver as expressões faciais e os movimentos da boca. Também é importante ler livros e histórias para os pequenos, fale sobre fatos reais do seu dia a dia e estimule a conversa.
Quando estão na explosão da linguagem, aos 2 anos, você tem que aproveitar para dar-lhes vocabulário mesmo que sejam palavras grandes e complicadas, pois será muito fácil para eles absorvê-los neste momento.
E por fim, lembre-se de dois aspectos fundamentais: as crianças precisam da linguagem para se expressar, se movimentar, ter autocontrole e coordenação. A linguagem e o movimento estão intimamente ligados.
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